domingo, 29 de agosto de 2010

É possível a salvação fora da Igreja Católica?

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Monsenhor José Luiz Villac
Pergunta dirigida ao Cônego José Luiz Villac:


Qual o estado de uma alma não-católica ou não-cristã, quando da morte corporal? Ou seja, uma pessoa que viveu uma fé fora da Igreja, como os protestantes — ou os não-cristãos, como judeus, hindus etc. — qual o destino eterno dessas almas? Poderão ser salvas? As orações e sacrifícios da Igreja podem levá-las à salvação?

Resposta:
O que determina a salvação de uma alma é o estado de seu relacionamento com Deus no instante da morte: se ela acolheu a graça sobrenatural com a Fé, a Esperança e a Caridade, e nunca rompeu com Deus durante a vida — isto é, nunca cometeu um pecado mortal, ou, se o cometeu, teve um ato de contrição perfeita — ela estará salva, mesmo que tenha vivido toda a vida fora do grêmio visível da Igreja e nem se quer tenha sido batizada. Neste caso, ela terá recebido o que se chama batismo de desejo ou, conforme o caso, o batismo do sangue, pois sem o batismo ninguém pode entrar no Céu. Explicaremos isto melhor mais abaixo.

Posta assim a resposta em termos absolutos, resta esclarecer com que freqüência ou probabilidade essas condições absolutas se realizam na prática. E aqui a questão se complica e desdobra em numerosos aspectos.


Em primeiríssimo lugar está o dever de todo homem de reconhecer a existência de Deus e de adorá-Lo e servi-Lo como seu Criador e Senhor. Ora, depois do pecado de Adão e Eva (pecado original), a mente humana ficou obscurecida, e sua vontade debilitada. Assim, muito freqüentemente o homem nega ou duvida da existência de Deus e passa a se declarar ateu (afirma que Deus não existe) ou agnóstico (não sabe se Deus existe ou não e passa a viver como se Ele não existisse). E nisto entra uma malícia profunda, um pecado gravíssimo, que estabelece uma ruptura radical entre o homem e Deus. Porque reconhecer a existência de Deus está ao alcance de toda alma reta, como diz o livro da Sabedoria: "Pela grandeza e formosura da criatura se pode visivelmente chegar ao conhecimento do seu Criador" (13, 5).Pela Criação, conhecer a Deus

É claro que, se o homem persistir nesta postura até o momento da morte, não poderá ser salvo, ainda que em sua vida tenha sido, como se costuma dizer, uma "boa pessoa". Pois alguém que rompeu com Deus no fundo do seu coração é um indivíduo visceralmente ruim. Os aspectos aparentemente bons de sua personalidade apenas encobrem essa malícia de fundo, que contamina todos os seus atos internos e externos.

Obrigação de conhecer a verdadeira Fé

Ademais, o homem deve chegar normalmente ao conhecimento de Nosso Senhor Jesus Cristo e da Igreja por Ele fundada, e a ela incorporar-se por meio do sacramento do Batismo. Na Igreja o homem encontrará os meios necessários para alcançar a salvação: o conhecimento da verdadeira Fé, através do Magistério da Igreja, e a graça por meio dos Sacramentos.
Como o consulente se refere ao que acontece com os não-católicos, consideremos as categorias por ele mencionadas, encontráveis num país católico: protestantes e judeus. O que diremos sobre a situação num país católico vale, por extensão, para os países de minoria católica ou simplesmente não-católicos, ou até mesmo para as tribos selvagens que vivam em estado de barbárie, por não terem, porventura, entrado em contato com a civilização. Nestes casos, as dificuldades podem ser não pequenas para o conhecimento e adesão a Nosso Senhor Jesus Cristo e à Santa Igreja.
Embora dispersos pelo mundo, os judeus formam comunidades coesas em que cultivam suas tradições religiosas e culturais. Depois da rejeição de Jesus Cristo como o verdadeiro Messias, dois mil anos atrás, será muito difícil pensar numa conversão maciça antes que a hora da graça soe para eles, como está previsto na Sagrada Escritura. Algumas conversões isoladas, entretanto, se têm dado, das quais as mais famosas foram as dos irmãos Ratisbonne, no século XIX, os quais fundaram justamente uma congregação religiosa para a conversão dos seus irmãos de raça.
A pergunta do consulente é se um judeu não-convertido pode se salvar. Dado o caráter coeso e até certo ponto fechado dessa comunidade, será realmente muito difícil que um membro dela tenha condições de vencer todas as barreiras psicológicas, culturais, sociais e religiosas para aderir ao cristianismo. A ele se aplicará, pois, o que foi dito no primeiro parágrafo desta resposta: ele será julgado pela retidão de seu relacionamento íntimo com Deus — o que inclui a acolhida interior da graça sobrenatural da Fé, Esperança e Caridade — e pela observância dos Mandamentos.
Resposta análoga vale também para os protestantes. Cinco séculos de ruptura com a Igreja criaram neles obstáculos mentais de toda ordem, que exigem um esforço fenomenal — somente possível com uma ajuda especial da graça — para darem o passo decisivo da conversão. Ainda há pouco produziu profunda comoção na França a conversão ao catolicismo do pastor Michel Viot, que ocupava cargo de destaque na comunidade luterana (cfr. Le Monde, 7 de agosto de 2001).
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A conversão do judeu Afonso Ratisbonne, em Roma
Batismo de desejo e batismo de sangue

Como explicar que seja possível a salvação dessas almas que viveram fora do grêmio visível da Igreja? A teologia católica explica que essas almas retas, que não conseguiram superar barreiras vivenciais e culturais para reconhecer a verdadeira Igreja, se são autenticamente retas — e, portanto, se sob o influxo da graça desejaram de fato conformar suas vidas com a vontade e a lei de Deus, recebem o batismo de desejo em razão da Fé, Esperança e Caridade que, in voto(implicitamente) acolheram. Isto é, Deus as acolhe no seio da Igreja, porque esta é a comunidade de todos os autênticos filhos de Deus.
A fortiori se, sob o influxo da graça sobrenatural e por um motivo de verdadeira caridade, uma dessas almas derramou o seu sangue em defesa de um princípio da lei natural, isto é, da lei inscrita por Deus na natureza. Ou mesmo se algum não-católico for intimado, sob ameaça de morte, a renegar a Deus, ou mais especificamente sua fé em Jesus Cristo, e, movido por uma graça de caridade sobrenatural, recusar-se a fazê-lo, sendo por isso morto, ele recebe o batismo do sangue, porque in extremis terá confessado a Deus ou Jesus Cristo.
Não se trata aqui de uma subtileza teológica para explicar o princípio de que fora da Igreja não há salvação, mas da realidade profunda do relacionamento das almas com Deus, que só Deus conhece. E Deus acolhe essas almas verdadeiramente retas na Igreja triunfante, que é a comunidade dos eleitos.
De todo o dito, não se conclua que esses fatos são corriqueiros. Se já é tão difícil para nós, católicos, com todo o socorro dos ensinamentos e dos sacramentos da Igreja, nos mantermos fiéis a Deus e à sua lei, quanto mais difícil será para aqueles que não têm a dita de pertencer à Igreja católica.
De qualquer maneira, para Deus nada é impossível, e Ele pode salvar também aqueles que, sem culpa pessoal, não conheceram a verdadeira Igreja e viveram nesta vida afastados exteriormente dela, mas que, com o socorro da graça interior, foram fiéis aos Mandamentos da Lei natural e sobrenatural de Deus, nos termos indicados acima.
Sem dúvida, como sugere o missivista, as orações e sacrifícios que nós católicos façamos podem beneficiar essas almas retas espalhadas pelo mundo, que não tiveram a graça enorme de chegar ao conhecimento da única e verdadeira Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo, que é a Igreja católica.
Extraído da Revista Catolicismo

A IGREJA DIZIA QUE OS NEGROS NÃO TINHAM ALMA?

A MENTIRA:

.“ Cada um tinha seu papel e quase todo mundo se respeitava. Naquela época, a Igreja tinha autoridade, e quem não concordava com o que ela dizia morria na fogueira – mesmo que essa Igreja dissesse que índios e escravos não tinham alma e que o sol girava ao redor da Terra. “ (Ed René Kivitz , escritor conferencista e pastor da Igreja Batista da Água Branca, em São Paulo).

ONDE SE ENCONTRA A MENTIRA:

A VERDADE DOCUMENTAL:

Há uma mera intenção do pastor portador da calúnia acima, em atribuir a Igreja Católica o que foi próprio do protestantismo. Deus tenha piedade deste disseminador de calúnias.
1- Quem queimava pessoas na fogueira era o poder civil, e equivalendo a este, os tribunais protestantes que queimaram Miguel Servet. Que o diga o luterano Benedict Carpzov, que sozinho mandou queimar 20 mil pessoas.
Henry Charles Léa, cita 47 bulas, nas quais a Santa Sé continuamente insiste na jurisprudência que deve se observar nos tribunais eclesiásticos católicos. Alertam para não cair na violência e injustiças freqüentes dos juízes leigos. Basta folhear a monumental obra do próprio Léa, para convencer-se que na realidade as bruxas foram perseguidas e condenadas mais pelos detentores do poder civil e pelos protestantes do que pelo tribunal católico. O tribunal católico apenas periciava católicos envolvidos em heresias. Não tinha relação com outros credos.

2 – Já na carta de Pero Vaz de Caminha se diz que a maior riqueza da terra descoberta (Brasil) “eram as almas dos índios a converter”. Ora, só podia fazer isso por afirmar que eles eram seres humanos dotados de alma imortal.
O Papa Paulo III (1534-1549) na Bula Sublimis Deus, exigiu respeito aos índios e às suas propriedades.

3- A Igreja tem na pessoa do padre Copérnico o responsável pela descoberta do Sistema Heliocêntrico, que pela primeira vez provou matematicamente que a terra gira em torno do sol, isso décadas antes de Galileu nascer. O desprezo protestante a Copérnico e à ciência, ficou documentado nas palavras de Lutero, que dizia:
“O abade Copérnico surgiu, pretendendo que a terra girasse em torno do Sol”… “Lê-se na Bíbliaque Josué deteve o Sol; não foi a Terra que ele deteve. Copérnico é um tolo.” (Funck-Brentano, Martim Lutero, Casa Editora Vecchi, 1956, 2a. ed. Pág. 145).
“A razão é a prostituta, sustentáculo do diabo, uma prostituta perversa, má, roída de sarna e de lepra, feia de rosto (sic), joguemos-lhe imundícies na face para torná-la mais feia ainda.”(Funck-Brentano, Martim Lutero, Casa Editora Vecchi, 1956, 2a. ed. Pág. 217).
Rodney Stark, professor de Sociologia e de Religiões Comparadas de Washington, em seu livro “For the Glory of God” mostra que a Igreja Católica, além de ter sido a primeira a se opor à escravatura, foi a força motriz por trás da emergência da ciência moderna.

Agora veja o testemunho de um protestante, confirmando que os protestantes eram quem na verdade, proferiam tais insultos aos negros e os privavam da benção divina:

“Na mesma época, o Baptist Record, uma publicação do Estado do Mississippi, publicou um artigo que defendia a idéia de que Deus queria os brancos governando sobre os negros porque ‘uma raça cuja inteligência média beira a estupidez’ está obviamente ‘privada de qualquer bênção divina’. Se alguém questionasse essa doutrina claramente racista, os pastores saíam com o expediente infalível da miscigenação (mistura de raças), que alguns especulavam ser o pecado que havia levado Deus a destruir o mundo nos dias de Noé. A simples pergunta ‘você quer que sua filha traga para casa um namorado negro?’ silenciava todos os argumentos raciais.” (pp. 25,26). Retirado do site: http://www.portalevangelico.pt/noticia.asp?id=2638

Por outro lado, veja em sua biografia como agia o invasor protestante Maurício de Nassau, no período em que governou Pernambuco:

<<25 de junho de 1637. Devido a falta de escravos para os engenhos de cana de açúcar, fugidos por causa da guerra entre holandeses e portugueses, Nassau envia uma expedição de nove navios para a Guiné, na África, sob comando do coronel Hans van Koin, para trazer mais negros para Pernambuco.
30 de maio de 1641. Tendo convencido os dirigentes da Cia. Das Índias de que era mais vantajoso atacar Angola, por conta dos escravos, do que a Bahia, Nassau envia uma força de invasão à África com 20 navios e mais de 4.000 homens>>. http://www.netsaber.com.br/biografias/ver_biografia_c_1290.html

A Igreja Católica desde o início, numa prova inconteste de que sempre promoveu a igualdade e a liberdade dos escravos onde chegou, tem o orgulho de já ter sido liderada por um ex-escravo, o Papa S. Calisto, do ano 217, liberto, muito antes da abolição da escravatura. Não confundir escravatura promovida por alguns maus portugueses no Brasil, com “escravatura promovida pela Igreja Católica”. A Igreja Católica sempre condenou essa prática junto aos imperadores, como veremos mais abaixo.
Como poderia a Igreja, como mentem os enganadores, menosprezar os negros, se entre tantos santos negros, que enriquecem sua hagiografia desde os primeiros séculos, estão os santos negros: S. Maurício, Sta. Mônica, Sta. Efigênia, S. Antônio de Cartageró, S. Elesbão, S. Benedito, S. Serapião, S. Fulgêncio, Sta. Pérpétua e Sta. Felicidade, S. Adriano, S. Moses, S. Menas do Egito, S. Atanásio, S. Marcelino de Cartago, S. Nicolau, Sta. Bakita, S. Frumencio, S. Pacômio, S. Eugenio de Cartago, S. Antão, S. Cipriano, S. Martinho de Lima (“mestiço”), S. Pedro Claver, Sta. Sara Kali, Sta. Maria-Clémentine Blessed Anuarite Nengapeta, S. Timóteo, Sta. Maura, S. Daudi Okelo, S. Jildo Irwa, S. Metódio Domenico Trcka?
Como poderia a Igreja menosprezar os negros se a imagem de Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil foi produzida em terracota pelos escravos? Falta bom senso aos caluniadores, traficantes de escravos do passado, que hoje, depois da abolição da escravatura pelos católicos, querem “salvar” as almas dos negros porque trazem algum dinheiro no bolso.
O Concílio de Nicéia (ano 325), o primeiro que a Igreja realizou, afirma que escravos haviam sido admitidos ao sacerdócio.
Ainda hoje, resiste ao tempo as maravilhosas Igrejas Católicas dedicadas ao povo negro, quando eram escravizados e discriminados pela burguesia.

Em uma Carta do Papa João VIII, datada de setembro de 873 e dirigida aos Príncipes da Sardenha, ele diz:
“Há uma coisa a respeito da qual desejamos admoestar-vos em tom paterno; se não vos emendardes, cometereis grande pecado, e, em vez do lucro que esperais, vereis multiplicadas as vossas desgraças. Com efeito; por instituição dos gregos, muitos homens feitos cativos pelos pagãos são vendidos nas vossas terras e comprados por vossos cidadãos, que os mantêm em servidão. Ora consta ser piedoso e santo, como convém a cristãos, que, uma vez comprados, esses escravos sejam postos em liberdade por amor a Cristo; a quem assim proceda, a recompensa será dada não pelos homens, mas pelo mesmo Nosso Senhor Jesus Cristo. Por isto exortamo-vos e com paterno amor vos mandamos que compreis dos pagãos alguns cativos e os deixeis partir para o bem de vossas almas” (Denzinger-Schönmetzer, Enquirídio dos Símbolos e Definições nº 668).

O Papa Pio II, em 7 de outubro de 1462, condenou o comércio de escravos como magnum scelus (grande crime).
O Papa Pio VII (1800-1823) enviou uma Carta ao Imperador Napoleão Bonaparte da França, em protesto contra os maus tratos a homens vendidos como animais, onde dizia:
“Proibimos a todo eclesiástico ou leigo apoiar como legítimo, sob qualquer pretexto, este comércio de negros ou pregar ou ensinar em público ou em particular, de qualquer forma, algo contrário a esta Carta Apostólica”(citado por L. Conti, “A Igreja Católica e o Tráfico Negreiro”, em ‘O Tráfico dos Escravos Negros nos séculos XV-XIX”. Lisboa 1979, p. 337).
O mesmo Sumo Pontífice se dirigiu a D. João VI de Portugal nos seguintes termos:
“Dirigimos este ofício paterno à Vossa Majestade, cuja boa vontade nos é plenamente conhecida, e de coração a exortamos e solicitamos no Senhor, para que, conforme o conselho de sua prudência, não poupe esforços para que… o vergonhoso comércio de negros seja extirpado para o bem da religião e do gênero humano”.

Pio VII também muito se empenhou para que no Congresso Internacional de Viena (1814-15) a instituição da escravatura fosse condenada e abolida.
O famoso bispo de Chiapa, na América, Frei Bartolomeu de las Casas (1474-1566), levantou-se em defesa dos índios contra sua escravidão. No início do século XVI o dominicano Domingos de Minaja viajou da América Espanhola a Roma, a fim de relatar ao Papa Paulo III (1534-1549) os abusos ocorrentes com relação aos índios. Em conseqüência, o Pontífice escreveu a“Veritas Ipsa” (1537), onde condena Bula a escravidão:
“O comum inimigo do gênero humano, que sempre se opõe as boas obras para que pereçam, inventou um modo, nunca dantes ouvido, para estorvar que a Palavra de Deus não se pregasse as gentes, nem elas se salvassem. Para isso moveu alguns ministros seus que, desejosos de satisfazer as suas cobiças, presumem afirmar a cada passo que os índios das partes ocidentais e meridionais e as mais gentes que nestes nossos tempos tem chegado à nossa notícia, hão de ser tratados e reduzidos a nosso serviço como animais brutos, a título de que são inábeis para a Fé católica, e, com pretexto de que são incapazes de recebê-la, os põem em dura servidão em que têm suas bestas, apenas é tão grande como aquela com que afligem a esta gente. Pelo teor das presentes determinamos e declaramos que os ditos índios a todas as mais gentes que aqui em diante vierem a noticia dos cristãos, ainda que estejam fora da fé cristã, não estão privados, nem devem sê-lo, de sua liberdade, nem do domínio de seus bens, e não devem ser reduzidos a servidão”.

Neste texto, merece atenção especial a menção de índios e “das mais gentes”, que são os africanos. A uns e outros Paulo III quer defender. Por isto acrescenta:
“Pelo teor das presentes determinamos e declaramos que os ditos índios e todas as mais gentes que daqui em diante vierem à notícia dos cristãos, ainda que estejam fora da fé cristã, não estão privados, nem devem sê-lo, de sua liberdade, nem do domínio de seus bens, e não devem ser reduzidos à servidão”.

Essa Bula de Paulo III teve grande efeito, tanto assim que a 30 de julho de 1609 El-Rey promulgou lei que abolia por completo a escravidão indígena: “Declaro todos os gentios daquelas partes do Brasil por livres, conforme o direito e seu nascimento natural, assim os que já foram batizados e reduzidos a nossa Santa fé católica, como os que ainda servirem como gentios, conforme a pessoas livres como são”.

Aos 24.4.1639 o Papa Urbano VIII (1623-1644) publicou o Breve “Commissum Nobis”, incutindo a liberdade dos índios da América. No seu Breve, o Papa ordenava, sob pena de excomunhão reservada ao Pontífice, que ninguém prendesse, vendesse, trocasse, doasse ou tratasse como cativos os índios da terra. Dispunha ainda que a ninguém seria lícito ensinar ou apregoar o aprisionamento dos mesmos. Por causa disso, revoltaram-se os colonos no Rio de Janeiro, em São Paulo, em Santos e no Maranhão. Os Jesuítas foram perseguidos, sendo expulsos de São Paulo, Santos e do Maranhão, para onde só puderam voltar tempos depois.
Por outro lado, o segundo bispo do Brasil, D. Pedro Leitão (1559-1573), assinou aos 30.7.1566 na Bahia, com o Governador Mem de Sá e o Ouvidor Dr. Brás Fragoso, uma junta em defesa dos índios; defendia-os contra os abusos dos brancos e dava maior apoio aos aldeamentos instaurados pelos jesuítas.

O famoso Pe. Antônio Vieira (1608-1697), por vezes considerado por maus intencionados como aliado dos senhores da terra contra os escravos, na verdade assumiu posição de censura aberta aos patrões. Disse ele:
“Saibam os pretos, e não duvidem, que a mesma Mãe de Deus é Mãe sua… porque num mesmo Espírito fomos batizados todos nós para sermos um mesmo corpo, ou sejamos judeus ou gentios, ou servos ou livres”(Sermão XIV).
“Nas outras terras, do que aram os homens e do que fiam e tecem mulheres se fazem os comércios: naquela (na África) o que geram os pais e o que criam a seus peitos as mães, é o que se vende e compra. Oh! trato desumano, em que a mercancia são homens! Oh! mercancia diabólica, em que os interesses se tiram das almas alheias e as riscos são das próprias! “ (Sermão XXVII).
“Os senhores poucos, e os escravos muitos, os senhores rompendo galas, os escravos despidos e nus; os senhores banqueteando, os escravos perecendo à fome, os senhores nadando em ouro e prata, os escravos carregados de ferros, os senhores tratando-os como brutos, os escravos adorando-os e temendo-os como deuses. /…/ Estes homens não são filhos do mesmo Adão e da mesma Eva? Estas almas não foram resgatadas com o sangue do mesmo Cristo? Estes corpos não nascem e morrem como os nossos? Não respiram com a mesmo ar? Não os cobre o mesmo. céu? Não os aquenta o mesmo sol? Que estrela é logo aquela que as domina, tão cruel?”. (Sermão XXVII sobre o Rosário, in Sermões, vol 12, Porto, 1951, p.333-371)
Na Bula “Immensa Pastorum”, de 1741, o Papa Bento XIV (1740-1758) condenou a escravidão.
O Papa Gregório XVI (1831-1846) em 3.12.1839 disse: “Admoestamos os fiéis para que se abstenham do desumano tráfico dos negros ou de quaisquer outros homens que sejam “.
O Papa Leão XIII (1878-1903), disse na Carta “In Plurimis”, em 5.5.1888 aos bispos do Brasil:
“E profundamente deplorável a miséria da escravidão a que desde muitos séculos está sujeita uma parte tão pequena da família humana”.
O papel da lgreja frente à escravatura preparou a libertação dos escravos, assinada finalmente em 13/05/1888 pela Regente, católica fervorosa, Princesa Isabel. A fim de comemorar este evento, o Papa Leão XIII enviou à Princesa, a Rosa de Ouro, sinal de distinção e benevolência de Sua Santidade.
Na cidade de Goiana – PE, está uma imagem belíssima de Nossa Senhora do Rosário, doada pela Princesa Isabel a Igreja Católica, por promover a liberdade e a inclusão social dos negros escravos, antes mesmo da Lei Áurea. (Catálogo Turístico, Descubra as Raízes de Pernambuco pág. 40).
Já dizia Jesus: “a boca fala do que lhe transborda do coração” (Mateus 12, 34).
Para ver o próprios protestantes afirmando que eram eles que vendiam, traficavam e marcavam a ferro quente no peito, os escravos com nomes de suas “Sociedades” (igrejas) acesse:http://www.oecumene.radiovaticana.org/bra/Articolo.asp?c=65544
Para ver todo o desrespeito empregado pelos protestantes ao Povo Negro, e convocação feita pelo Sr. Hernani Francisco da Silva, Presidente da Sociedade Cultural Missões Quilombo à todas as Igrejas protestantes a pedirem perdão pelo desrespeito, preconceito, escárnio e tráfico deste povo, acesse:http://www.adital.com.br/site/noticia.asp?lang=PT&cod=20880
Se você for a Minas Gerais, poderá visitar em Ouro Preto, a Igreja de Santa Efigênia, que era dedicada aos escravos e ex-escravos, e na qual se veneravam especialmente os santos de raça africana em pleno período do Brasil império. Há dessas Igrejas em grande parte dos primeiros estados brasileiros.
Estas Igrejas Católicas dedicadas ao povo negro, foram construídas entre 1570 e 1820 englobando todo o período que os protestantes traficavam e marcavam a ferro quente os africanos.
Na minha cidade natal, Goiana-PE, fundada em 1570, a Igreja do Rosário dos Pretos, foi construída 4 anos antes do que a do Rosário dos Brancos.
O próprio prelado São Nicolau (304-345) o primeiro Papai Noel da história, foi um santo negro católico, que presenteava crianças na noite de Natal. Não faria isso se convivesse com os protestantes.
Finalizando, nada melhor do que expor as pinturas de *Debret, contemporâneo dos tempos do Brasil império. Assim podemos ver de fato, que ao contrário do protestantismo, a Igreja Católica não fazia qualquer discriminação aos negros. Vejam os escravos utilizando normalmente os serviços da Igreja e seus utensílios religiosos:
* Debret foi um pintor do cotidiano do Brasil Império.
Cai a farsa.
Bibliografia utilizada neste artigo:

Revista “Pergunte e Responderemos”, D. Estevão Bettencourt: N. 448/1999 – pg. 399-409; Nº 318 – Ano 1988 – Pág. 509; N. 267/1983, pp. 106-132; N. 274/1984, pp. 240-247.
Terra, João Evangelista Martins, “A Igreja e o Negro no Brasil”. Ed. Loyola 1983.
Benedict Carpzov, Practica Nova Rerum Criminalium Imperialis Saxonica in Três Partes -Divisão, Wittenberg, 1635.
Henry Charles Léa, A History of the inquisition of the Middle Ages, 3 vols. Nova Yorque, Happer, 1888, principalmente vol. I, pp. 137ss; tradução de Salomon Reinach, Historie de L’Inquisition au Moyen-Áge. Ouvrage traduit sur l’exemplaire revu et corrigé de l’auter, 3 vols., Paris, 1900-2 vol. 3.
Bíblia, Igreja e Escravidão. Coordenador João Evangelista Martins Terra S. J. Ed. Loyola 1983.
Carvalho, José Geraldo Vidigal, « A Escravidão. Convergências e Divergências”. Ed. Folha de Viçosa, 1988.
Carvalho, José Geraldo Vidigal, “A Igreja e a Escravidão. As Irmandades de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos”. Instituto Histórico e Geográfico do Brasil, Rio de Janeiro, 1988.
Balmes, Jaime, “A Igreja Católica em face da Escravidão”, São Paulo 1988.
Prof. Felipe Aquino – www.cleofas.com.br

Autor: Fernando Nascimento

FÉ E RAZÃO

Pergunta dirigida ao Monsenhor José Luiz Villac:

Pergunta — A recente (e já provada falsa) descoberta de uma urna funerária com a inscrição "Tiago filho de José irmão de Jesus"suscitou, além de problemas de exegese bíblica, polêmicas sobre as relações entre ciência, razão e fé. Assim, um jornal de grande circulação comentou: "O discurso religioso e o científico não combinam". E concluía seu editorial com as palavras: "No fundo, tinha razão Tertuliano (155-220) quando afirmou: `Credo quia absurdum'(creio porque é absurdo). Com isso, o teólogo cristão quis dizer que a base da fé é o milagre, isto é, o que contraria as leis da natureza e a ciência" ("Folha de S. Paulo", 3-11-02). Sempre ouvi dizer que as verdades da fé não contrariam a razão nem a ciência. Como entender a frase de Tertuliano citada pelo jornal?

Resposta — Tertuliano foi certamente um dos maiores gênios que o cristianismo produziu. Dada a imensa estatura de Santo Agostinho, a se admitir a comparação entre ambos, pode-se calcular a estatura de Tertuliano. Dele é o célebre "Christus cogitabatur", que é como ele concebe o pensamento divino ao formar o corpo do primeiro homem. Isto é, ao moldar o corpo de Adão, Deus "cogitava em Cristo", a saber, tinha em vista que estava modelando o corpo da espécie na qual o Verbo divino encarnaria! Ter altitude de espírito para imaginar o que Deus estaria pensando nesse momento decisivo da história humana (se bem que em Deus tudo se passa no âmbito da eternidade) é a marca de um gênio. Esse foi Tertuliano.

Mentalidade destemperada

A ele se deve também ter penetrado pela primeira vez, de modo mais profundo, no mistério da Santíssima Trindade, com explicitações tais que permitiram a Santo Agostinho, e mais tarde a Santo Tomás, darem uma forma praticamente acabada e perfeita à formulação do dogma. Isto bastaria para consagrar um homem de talento extraordinário, se a Tertuliano não se devessem igualmente outros progressos teológicos de grande mérito, para não falar de seu valor como um dos maiores polemistas e apologetas do cristianismo.
Isto tudo não obstante, ele próprio enveredou, no entardecer de sua vida, pela heresia do montanismo, a qual por sua vez abandonou. Morreu fora da Igreja, com um pequeno grupo de partidários tertulianistas. Um dos fatores que contribuíram para esse final infeliz foi certamente o mau uso de seu gênio extremado até o excesso; e suas concessões ao orgulho, que o levaram a afirmações destemperadas e até de mau gosto.
Exemplo de uma mentalidade e de um modo de ser que depois explicam muitos desvios havidos.
As fábulas dos filósofos

Os primeiros apologistas do cristianismo tiveram que se defrontar com a filosofia dos pagãos, que os argüiam com os seus princípios errôneos para impugnar as verdades da Fé. Tertuliano arremetia sobre eles com paus e pedras: "Miserável Aristóteles! Foi ele quem lhes ensinou [aos pagãos] a dialética, arte de construir e de demolir, mutável nas opiniões, forçada nas conjecturas, obtusa nas argumentações [...]. Estejam atentos aqueles que puseram em circulação um cristianismo estóico, platônico ou dialético! Não devemos ser movidos pela curiosidade, depois que veio Jesus Cristo, nem pelo desejo de novas investigações, depois que temos o Evangelho. A partir do momento em que cremos, não desejemos senão crer. Este é, de fato, o primeiro artigo de nosso credo: [fora de Jesus Cristo] nada há mais que devamos crer" (De praescriptione 7,12). Tampouco poupa a Platão, que qualifica como "omnium haereticorum condimentarium" (o provedor de todos os hereges — De anima 23,5).

Pois bem: esta áspera e destemperada denúncia da filosofia pagã e uma tão enérgica afirmação da completa autonomia da fé — aliás justa — não nos autoriza a concluir, como freqüentemente se faz, que a posição de Tertuliano possa ser devidamente representada pelo famoso credo quia absurdum como autêntico sustentáculo de sua fé. Em primeiro lugar porque ele nunca escreveu essa frase. Não obstante, alegam-se frases paralelas: "credibile quia ineptum est" (é crível precisamente porque é inepto — De carne Christi 5); ou "certum est quia impossibile" (é certo precisamente porque é impossível). Mas estas frases, emitidas por um autor que tinha o gosto da contundência, a rigor apenas enunciam a absoluta superioridade da fé em relação à razão. Isto é, posto que o objeto supremo da fé é Deus — que, por ser infinito, não pode ser abarcado (teologicamente se diz "compreendido") pela razão humana —, o homem tem que ter a humildade de reconhecer que a capacidade de sua mente tem um limite além do qual está precisamente o limiar do terreno da fé. As frases autênticas de Tertuliano levam a essa conclusão profunda.

Conformidade entre fé e razão

O fato é que, pela sua atuação como polemista, Tertuliano mostrou que assim pensava. Ao formular as verdades da fé cristã, ele freqüentemente tira elementos da filosofia estóica; e ao atacar a filosofia pagã, apela constantemente para a filosofia do senso comum. Em famosíssima passagem do seu livro Apologeticum, faz apelo a uma outra filosofia, que é a filosofia inata da consciência comum e do testemunho da alma, ou seja, aquela filosofia que conclui ser a alma "naturalmente cristã":"Testimonium animae naturaliter christianae" (Apologeticum 17).
Por isso conclui o teólogo dominicano Battista Mondin: "Delineia-se neste ponto um modo de impostar as relações entre fé e razão, entre filosofia e cristianismo, que está muito longe do que será formulado na história da filosofia cristã: para Tertuliano, contrariamente ao que se costuma dizer, entre estas duas formas do saber e da cultura nunca houve nem pode haver, em linha de princípio, uma clara antítese, porque, na sua forma originária de filosofia do senso comum, entre fé e razão, entre filosofia e cristianismo existe mais bem uma inata, conatural convergência e sintonia" (Storia della Teologia, Edizioni Studio Domenicano, Bolonha, vol. 1, 1996, p. 155).

O PAPA NÃO É MAIS A BESTA


Após faturar milhões em todo o mundo, com a venda de livros mentirosos, e incutir na cabeça dos desavisados que o Papa era a besta e a Igreja Católica era a “Babilônia’, os rebelados filhos de Lutero se redimem, e começam a se livrar da mentira que propagaram durante tanto tempo. É comum ouvirmos nos testemunhos de ex-protestantes, que tal mentira lhes foi enfiada na cabeça quando eram crianças, acompanhantes de pais freqüentadores daquelas seitas.

Adventistas negam que a Babilônia é a Igreja Católica: (sorria com a desculpa esfarrapada).
“Trata-se de um “acordo de respeito mútuo” assinado pelas lideranças da Igreja Adventista e da Igreja Católica na Polônia (terra natal do Papa João Paulo II). Através deste acordo a Igreja Adventista se compromete a respeitar a Igreja Católica e a Igreja Católica se compromete a não considerar a IASD como uma seita. Quem assinou o acordo foi o presidente da IASD na Polônia (Pr. Wladyslaw Polok) e o Arcebispo Alfons Nossol, diretor da Comissão de Assuntos Ecumênicos. Respeitar a Igreja Católica e não chamá-la de Babilônia é uma tendência mundial na Igreja Adventista que pode ser comprovada com uma simples leitura da lição.”
http://www.adventistas.com/maio2000/art2905200001.htm

CACP nega que a besta 666 é o papa. O artigo é de um membro da Assembléia de Deus:

“Não é necessário ser teólogo para perceber que os erros e as interpretações forçadas neste cálculo estão às escâncaras. Primeiro, porque a soma destes números daria 126 e não 666. Segundo, porque ele faz arbitrariamente 60 valer 6 e depois usa uma palavra portuguesa transformando-a em numerais hebraicos. Isso é simplesmente ridículo!
http://www.cacp.org.br/estudos/artigo.aspx?lng=PT-BR&article=919&menu=7&submenu=4

Veja também em outros sites evangélicos as mesmas afirmações:
“A besta do mar era o Império Romano; a besta da terra era a adoração do imperador. Não é difícil ver quem era Babilônia. Era uma grande cidade que dominava sobre os reis da terra (17:18), construída sobre sete colinas (17:9). Ela era rica (18:11-13), arrogante (18:7) e absolutamente ímpia (17:5). Ela era a cidade de Roma.”
http://www.estudosdabiblia.net/apoc10.htm

“Proponentes das várias interpretações oferecem seus argumentos. Nossa interpretação deve respeitar as evidências bíblicas e históricas, rejeitando explicações que contradizem o próprio livro, mesmo quando tais explicações sejam populares e muito difundidas”.

http://www.estudosdabiblia.net/b09_28.htm
A Bíblia é clara: A mulher é a grande cidade Ap 17,18; a grande cidade é a Babilônia (Ap 18,10); a prostituta é a cidade que queimarão (Ap 17,16). Logo, Isso elimina o sofisma criminoso e blasfemo protestante, de querer maldosamente atribuir a Igreja Católica ser a “prostituta” (de quem eles são filhos, pois dela descendem e usurpam a bíblia).

Cai a farsa.