segunda-feira, 24 de maio de 2010

TODAS AS RELIGIÕES LEVAM A DEUS?

Essa é uma carta de um jovem Espírita, de Pouso Alegre-MG, dirigida a Paulo Sérgio R. Pedrosa, da Associação cultural Montfort.


SEGUE  A CARTA:

"As vezes criticamos por não sabermos ao certo o real objetivo ds coisas, ou seja, não compreendemos o verdadeiro valor.
Principalmente católicos "fanáticos", e/ou evangélicos criticam tudo o que foge das crenças de suas igrejas, as vezes todos são hipocritas, gananciosos e falsos, presenciei coisas assim e digo por experiencia propria.
Tudo o que leva a fazer a bondade merece créditos, independente de suas idéias,e as suas ao meu ver são preconceituosas.
"Na casa de meu pai ha muitas moradas", se conhece esta frase pense...
Deus é simplesmente tudo na vida, e com certeza todas as religioes levam a ele, inclusive o espiritismo, defendido por Allan Kardec.

Que Deus os abençoe."


RESPOSTA

Caro Valdomiro, salve Maria!


Dizer que todas as religiões levam à Deus é um contrasenso, mesmo para pessoas extremamente relativistas como os espíritas. O satanismo é um tipo de religião, então, segundo o seu entender, ele leva à Deus? De jeito nenhum!

Dizer isto seria similar a dizer que todos os ônibus vão para o mesmo lugar. Se você quer viajar para São Paulo você pega um ônibus para o Recife?

O espiritismo, mesmo o criado pelo senhor Hypolite Rivail, vulgo Alan Kardec, um racista brutal e grosseiro, não leva a Deus, muito pelo contrário, afasta as pessoas de Deus. E a Bíblia é muito clara a este respeito:

"Quando tiveres entrado na terra que o Senhor teu Deus te há de dar, guarda-te de querer imitar as abominações daquelas gentes (...) não consultarás os necromantes, ou advinhos ou indague dos mortos a verdade. Porque o Senhor abomina todas estas coisas e por tais maldades exterminará estes povos à tua entrada" (Deuteronômio, XVIII, 9-13).

São Paulo ainda nos diz: "Está decretado que o homem morra uma só vez, e depois disto se siga o juízo" (Hb IX, 27).

A citação que você faz, e coloca fora de contexto, foi uma consolação de Nosso Senhor dada a São Pedro, e significa que a misericórdia divina não deixará de ter espaço para todos os que se mantém fiéis a Ele.

E o fanatismo é praticado por aquelas pessoas, como os espíritas por exemplo, que sacrificam sua racionalide e passam a vida a acreditar em fábulas, mesmo as mais contraditórias.


Sancte Michael Archangele, defende nos in praelio.
Paulo Sérgio R. Pedrosa

A IGREJA E A PATERNIDADE RESPONSÁVEL

Por Christopher West


Em minha experiência compartilhando os ensinamentos católicos sobre amor conjugal e sexualidade ao redor do mundo, uma coisa é certa: a confusão reina no que diz respeito ao ensinamento da Igreja sobre paternidade responsável. Talvez o principal problema seja a falha na compreensão total da diferença entre contracepção e abstinência periódica ou “planejamento familiar natural” (P.F.N.). Enquanto a contracepção nunca é compatível com uma visão autêntica de paternidade responsável, a Igreja ensina que o P.F.N. - dada a disposição adequada dos esposos - pode ser.

Como sempre é o caso, pensamentos equivocados surgem dos dois lados do espectro. A falha em distinguir entre contracepção e P.F.N. ocorre não somente entre aqueles que tendem a justificar a contracepção. Ela também ocorre entre os que pensam que qualquer tentativa de evitar ou espaçar os filhos seja um sinal de “fé fraca” ou “falta de confiança em Deus”. E há outro grupo de pessoas que aceitam a licitude do P.F.N. mas defende que deve-se haver uma razão séria o bastante para usá-lo.

Um livro bem extenso deveria ser escrito para falar sobre todos os pontos e contra-pontos válidos necessários para um exaustivo tratamento dessas questões. A meta deste artigo é simplesmente esboçar algumas das questões comuns no que diz respeito à paternidade responsável, esperando trazer algum equilíbrio à discussão. Comecemos delineando a lógica interna da ética sexual da Igreja.

Amor Encarnado

João Paulo II escreveu na Familiaris Consortio que “a diferença antropológica e ao mesmo tempo moral, que existe entre a contracepção e o recurso aos ritmos temporais: trata-se de uma diferença bastante mais vasta e profunda de quanto habitualmente se possa pensar e que, em última análise, envolve duas concepções da pessoa e da sexualidade humana irredutíveis entre si”[1]. Em resumo, estas “duas concepções irredutíveis entre si” gira em torno de uma visão do amor “encarnado” contra uma visão do amor “des-encarnado”.

“Amai uns aos outros como Eu vos amei” (Jo 15,12). Estas palavras de Cristo resumem o sentido da vida. Mas como é que Cristo nos ama? “Este é o meu corpo, que será entregue por vós” (Lc 22,19). O amor de Deus - uma realidade espiritual infinita - se fez carne em Jesus Cristo. Em outras palavras, o amor de Cristo é uma realidade encarnada e nós somos chamados a amar exatamente da mesma forma - com a doação sem reservas de nossos corpos.

De fato, o chamado espiritual a amar como Cristo ama está estampado bem nos nossos corpos enquanto homens e mulheres, o que João Paulo II chama de “o sentido nupcial do corpo”. O sentido nupcial do corpo é “a capacidade do corpo de expressar amor: precisamente aquele amor no qual a pessoa se torna um dom e - por meio desse dom - realiza o sentido completo de seu ser e de sua existência”[2].

Homem e mulher expressam esta dádiva corporal de inúmeras maneiras. Mas, como o Santo Padre expõe, esta dádiva “se torna mais evidente quando os esposos… a trazem através daquele encontro que os tornam ‘uma só carne’”[3]. E São Paulo descreve esta união em “uma só carne” como “um grande mistério” que de alguma maneira reflete, proclama e prefigura a união entre Cristo e a Igreja (cf. Ef 5,31-32).

Nenhuma dignidade ou honra maior poderia ser conferida à nossa sexualidade. Deus criou-nos homem e mulher e chamou-nos a “sermos fecundos e nos multiplicarmos” como um sinal de seu próprio mistério de amor vivificante no mundo. Além disso, se quisermos abraçar esta maravilhosa e sacramental visão da nossa sexualidade, precisamos também abraçar a responsabilidade que vem com ela.

Ética do Sinal

João Paulo II diz que nós “podemos falar sobre moral bem ou mal” no relacionamento sexual “de acordo com o quanto ele possui… ou não o caráter de verdadeiro sinal”[4]. Em resumo, nós somente precisamos fazer a seguinte pergunta: Seria um determinado comportamento, um autêntico sinal do amor divino ou não? A união sexual possui uma “linguagem profética” porque ela proclama o próprio mistério de Deus. Mas o Papa acrescenta que precisamos ser cuidadosos em distinguir entre verdadeiros e falsos profetas[5]. Se somos capazes de dizer a verdade com o corpo, também somos capazes de falar contra esta verdade.



A fim de serem “fiéis ao sinal”, os esposos precisam falar como Cristo fala. Cristo dá seu corpo livremente (”Ninguém a tira de mim, mas eu a dou de mim mesmo e tenho o poder de a dar”, Jo 10,18). Ele dá seu corpo sem reservas (”até o extremo os amou”, Jo 13,1). Ele dá seu corpo fielmente (”Eu estarei sempre convosco”, Mt 28,20). E ele dá seu corpo fecundamente (”Eu vim para que tenham vida”, Jo 10,10).

É com este amor que o casal se compromete no matrimônio. De pé ante o altar, o padre ou diácono pergunta a eles: “Vocês vieram aqui livremente e sem reservas para darem-se um ao outro em casamento? Vocês prometem ser fiéis até a morte? Vocês prometem receber com amor os filhos que Deus vos der?” Então, tendo concordado em amar como Cristo ama, o casal é destinado a encarnar tal amor em sua relação sexual. Em outras palavras, a união sexual é destinada a ser o lugar onde as palavras dos votos matrimoniais “se tornam carne”.

Quão saudável seria um casamento se os esposos, ao invés de encarnar seus votos, fossem regularmente infiéis aos mesmos, regularmente falando contra eles? Aqui reside a essência do mal da contracepção. O desejo de evitar uma gravidez (quando há razões suficientes para isso) não é o que corrompe o comportamento dos esposos. O que corrompe o sexo acompanhado de contracepção é a escolha específica de tornar estéril uma união potencialmente fértil. Isto torna o sinal do amor divino um “contra-sinal”.

O amor divino é generoso; ele gera. E, para tornar mais simples, é por isso que Deus nos deu genitais - para capacitar os esposos a refletir em seus corpos (a “encarnar”) uma versão terrena de seu amor livre, total, fiel e fecundo. Quando os esposos escolhem usar contracepção - isto é, quando eles adulteram voluntariamente o potencial criativo de sua união - eles se tornam “falsos profetas”. Seu ato sexual continua “falando”, mas ele nega o vivificante amor de Deus.

Amor Des-encarnado

“Pensar que estancar o livre fluxo dos meus fluidos corporais irá me impedir de amar minha esposa é ridículo”. Este sentimento - raivosamente expressado em uma carta que recebi - é um bom exemplo da visão “des-encarnada” do amor, usada para justificar a contracepção. Para este homem, o amor não é revelado no corpo (e seus fluidos), mas é algo puramente espiritual.

O conselho de São João vem à mente: Cuidado com aqueles “falsos profetas” que negam a encarnação (cf. 1Jo 4,1-3). Não se engane - a conclusão lógica é que a contracepção implica a aceitação de uma visão de mundo contrária ao mistério do Amor Encarnado, ou seja, o mistério de Cristo.

Aplicando a mesma visão “des-encarnada” de amor a Cristo, o que fazer do sangue de Cristo, por nós derramado na cruz e nos dado a beber na Eucaristia? Seria, esta visão de negação do “livre fluxo dos fluidos corporais”, a plena e definitiva realização do amor espiritual de Cristo por sua Igreja? Se Cristo tivesse hipoteticamente se recusado a derramar seu sangue numa suposta crucifixão, isto teria sido o suficiente? “Sem efusão de sangue não há perdão” (Hb 9,22). Similarmente, sem a efusão do sêmen, não há ato conjugal. O espírito é expressado no e através do corpo (e sim, através de seus fluidos também). Não há outra forma de expressar o espírito para nós, pessoas encarnadas. João Paulo II explica: “Como espírito encarnado, que é uma alma que expressa a si mesma em um corpo e um corpo movido por um espírito imortal, o homem é chamado a amar em sua totalidade unificada. O amor inclui o corpo humano, e o corpo é participante do amor espiritual”[6].

A relação que usa contracepção, somente pode expressar amor pela outra pessoa, se ela for uma pessoa des-encorporada. Este não é um amor pela outra pessoa condizente com a unidade entre corpo e alma desejada por Deus. Dessa forma, atacando o potencial procriativo do ato sexual, a relação que usa contracepção “falha também na tentativa de ser um ato de amor”[7].

Mantendo o Respeito pelo Amor Encarnado

Então, respeitar o “amor encarnado” significa que os casais devem ter todos os filhos que o acaso proporcionar? Não. Ao chamar os casais para um amor responsável, a Igreja os chama também para uma paternidade responsável.

O Papa Paulo VI declarou claramente que os casais devem “exercitar a paternidade responsável prudentemente e generosamente decidindo ter uma família numerosa, ou, por razões sérias e com o devido respeito à lei moral, escolhendo não ter mais filhos pelo resto da vida ou por um período indeterminado”[8]. Perceba que famílias numerosas devem resultar de uma reflexão prudente, e não do “acaso”. Note que os casais devem ter sérias razões para evitar a gravidez e devem respeito à lei moral.

Supondo que um casal tenha uma séria razão para evitar um filho, o que eles devem fazer para não violar a “ética do sinal”? Em outras palavras, o que eles poderiam fazer para evitar um filho sem que se tornassem infiéis a seus votos matrimoniais? Eu estou certo de que qualquer pessoa que esteja lendo este artigo está fazendo isso neste exato momento. Eles podem abster-se de sexo. A Igreja sempre ensinou, ensina e sempre ensinará que o único método de “controle de natalidade” que respeita a linguagem do amor divino é o “auto-controle”.

Surge uma nova questão: Estaria um casal invalidando de alguma forma sua união se eles se casarem sabendo que são naturalmente inférteis? Ou mesmo um casal que já tenha passado daquela idade em que a gravidez seja impossível. Eles sabem que sua união não resultará em filhos. Será que eles estariam violando “o sinal” por manterem relação sabendo disso? Esta não seria uma atitude contraceptiva? Não. Nem eles, e nem os casais que usam o P.F.N. para evitar um filho. Eles seguem sua fertilidade, se abstêm quando estão férteis e, se assim desejarem, têm relações quando estão naturalmente inférteis. (Para os leitores desinformados, eu devo acrescentar que os métodos modernos de P.F.N. têm de 98 a 99% de sucesso ao evitar gravidez quando usados corretamente. E eles nada têm a ver com o método da “tabelinha” que sua avó usava.)

As pessoas certamente irão retrucar: “Fala sério! Você é detalhista! Qual é a grande diferença entre esterilizar voluntariamente a relação sexual, e esperar até que ela esteja naturalmente infértil? O resultado final será sempre o mesmo”. A estes eu respondo: Qual é a grande diferença entre um aborto espontâneo e um aborto voluntário? O resultado final é sempre o mesmo. Um, entretanto, é um “ato de Deus”. E no outro o homem toma o poder da vida em suas próprias mãos e se coloca no lugar de Deus (cf. Gn 3,5).

A diferença, como já citamos João Paulo II, “é muito mais ampla e profunda do que comumente se supõe”. Na verdade, a diferença é cósmica. O P.F.N. capacita o casal a manter o respeito pelo amor encarnado. Este respeito é a verdadeira razão de ser do P.F.N. A contracepção “des-encarna” o amor e, fazendo isso, “violenta a própria criação de Deus no nível da mais profunda interação entre a natureza e a pessoa”[9].

Confiando na Providência

Pois bem, o que constitui uma “razão séria” para evitar um filho? É aí que a discussão normalmente esquenta. O pensamento correto (ortodoxo) sobre o problema da paternidade responsável, como sobre qualquer problema, é uma questão de manter importantes distinções e equilibrar cuidadosamente várias verdades. Ignorar isso leva a erros nos dois extremos.

Um exemplo de tal erro é a “hiperbólica” noção de que se os casais realmente confiam na providência divina, eles jamais buscarão formas de evitar um filho. Este simplesmente não é o ensinamento da Igreja. Como Karol Wojtyla (nome de batismo de João Paulo II) observou, em alguns casos “o aumento no tamanho da família seria incompatível com o cargo de pais”[10]. Por isso, como ele também afirmou, evitar filhos “em certas circunstâncias pode ser permitido ou mesmo obrigatório”[11].

Nós estamos certos em confiar na providência divina. Mas esta importante verdade precisa estar equilibrada com outra importante verdade, se quisermos evitar o erro de um certo “providencialismo”. Quando Satanás tentou Cristo a saltar do templo, ele estava certo ao dizer que Deus tomaria providências em seu benefício. Satanás estava na verdade citando as próprias Escrituras! Mas Cristo respondeu com outra verdade, também das Escrituras: “Não tentarás o Senhor teu Deus” (cf. Lc 4,9-12).

Um casal que trabalhe para sustentar seus filhos, da mesma forma, não deve tentar Deus. Hoje em dia, o conhecimento do ciclo fértil é parte da providência de Deus. Assim, os casais que responsavelmente usam este conhecimento para evitar a gravidez, estão confiando na providência de Deus. Estes casais, não menos do que os que “prudentemente e generosamente decidem ter uma família numerosa”[12] estão praticando a paternidade responsável.

Egoísmo: o Inimigo da Paternidade Responsável

É claro que, como todas as coisas boas, o P.F.N. pode ser abusado. O egoísmo, inimigo do amor, é também inimigo da paternidade responsável. Está claro nos ensinamentos da Igreja que razões insignificantes não são desculpas para se evitar filhos. E nem os esposos precisam passar por uma situação de “vida e morte” antes de fazerem uso do P.F.N.

O Vaticano II ensina que, ao determinar o tamanho da família, os pais devem “atenciosamente levar em consideração seu próprio bem-estar, bem como o de seus filhos já nascidos e daqueles que o futuro poderá trazer”. Eles devem “calcular as condições materiais e espirituais, e também seu estado de vida. Finalmente, eles devem consultar os interesses do grupo familiar, da sociedade, e da própria Igreja”[13]. A respeito da questão de limitar o tamanho da família, a Humanae Vitae ensina que “motivos razoáveis para espaçar os nascimentos” podem surgir “das condições físicas ou psicológicas do marido ou da esposa, ou de circunstâncias externas”[14].

A orientação da Igreja é propositalmente ampla, tolerante. Seguindo a orientação da Igreja, eu não pretendo dizer coisas muito além disso. É o dever de cada casal aplicar estes princípios básicos em suas situações particulares. Dilemas morais são muito “fáceis” de se resolver quando outros estabelecem os limites para nós, mas, como o Vaticano II diz: “Os próprios pais, e ninguém mais, devem, em última instância, fazer este julgamento, sem perder Deus de vista”[15]. João Paulo II acrescenta que esta questão é “de particular importância para determinar… o caráter moral da ‘paternidade responsável’”[16].

Por essa razão, a idéia surpreendentemente difundida de que um casal precisa obter “permissão” de um padre para evitar gravidez, não é somente falsa, mas evidencia uma séria confusão acerca da natureza da responsabilidade moral. Se um casal está em dúvida quanto às suas razões, é certamente recomendável procurar um sábio aconselhamento. Mas a Igreja coloca a responsabilidade da decisão, de forma muito justa, nos ombros do casal. Se os esposos escolhem limitar o tamanho da família, o Catecismo somente ensina que “é responsabilidade deles ter a certeza de que seu desejo não é motivado por egoísmo, mas está em conformidade com a generosidade que é apropriada à paternidade responsável”[17].

Neste ponto, há outra forma de egoísmo sutil e menos discutido que conflita com a paternidade responsável. Certa vez eu aconselhei um casal que teve vários filhos muito próximos entre si. Os pais reconheciam corretamente cada filho como uma graça divina e faziam tudo que podiam para amá-los e cuidar deles. Entretanto, a mãe, emocionalmente esgotada desde o terceiro filho, desejava um espaçamento maior entre os bebês desde então. Isto trouxe à luz que a razão pela qual eles não espaçaram seus filhos foi porque o marido egoísticamente não quis (ou não conseguia) se abster.

Aqui, o que, visto superficialmente, pode passar como uma resposta generosa ao ensinamento da Igreja, quando visto mais de perto, na verdade, demonstra uma falha na vivência do ensinamento da Igreja. O ponto é que, a fim de que a paternidade seja “responsável”, a decisão de evitar a união sexual durante o período fértil ou a decisão de se entregar à união sexual durante o período fértil não pode ser motivada pelo egoísmo.

Matar ou Morrer: Uma Analogia

A seguinte analogia pode ajudar a resumir não somente a importante distinção moral entre contracepção e P.F.N., mas também a necessária atitude moral que deve acompanhar o uso responsável do P.F.N.

Nossa atitude natural para com os outros, deve ser aquela que deseja a integridade da vida e da saúde dos outros. Entretanto, as circunstâncias podem nos levar a desejar honestamente que Deus chame alguém para a Vida Eterna. Suponha que um parente idoso esteja sofrendo muito pela idade e pelas enfermidades que normalmente a acompanham. Você pode ter o nobre desejo de que ele descanse na morte. Igualmente, uma atitude natural do casal deve ser a de desejar filhos. As circunstâncias, entretanto, podem levar um casal a ter o nobre desejo de evitar uma gravidez.

No caso do parente idoso, uma coisa é sofrer junto com ele durante sua espera paciente por sua morte natural. Nesta situação não haverá nada de censurável na atitude de ser grato à Deus por sua morte, quando ela ocorrer. Mas é uma coisa completamente diferente tomar o poder da vida em suas próprias mãos e matá-la só porque você não consegue suportar seus sofrimentos.

Da mesma forma, para o casal que possui o nobre desejo de evitar a gravidez, não há nada censurável em esperar pacientemente pelo período natural de infertilidade, ou mesmo de ser grato a Deus por ter concedido que esse período de infertilidade existisse. Mas uma coisa completamente diferente é o casal tomar o poder da vida em suas próprias mãos e se fazerem artificialmente estéreis porque não conseguem suportar a abstinência.

A propósito da atitude, é também possível que o seu desejo de ver teu parente morto possa ser maldoso. Você pode ter algum tipo de ódio por ele que pode levar você a desejar sua morte. Você não pode matá-lo, no entando ele pode morrer de causas naturais. Não obstante, se você se alegrar com sua morte, isto seria censurável. De forma semelhante ao casal que usa o P.F.N. com um maldoso desejo de evitar uma gravidez. Sua alegria no período infértil seria também algo censurável, porque é motivada por uma mentalidade egoísta de rejeitar filhos.

Concluindo

Neste pequeno artigo, tentei resumir a lógica básica da ética sexual católica, com a esperança de trazer algum equilíbrio à discussão sobre a paternidade responsável.

Em contraste com a visão “desencarnada” do amor, tão disseminada no mundo, a Igreja ensina que a matéria, a carne, deve ser levada em consideração. O que fazemos com nossos corpos expressa nossas convicções mais profundas sobre nós mesmos, sobre Deus, sobre o sentido do amor, e sobre as regras do universo. Quando se leva a sério a visão sacramental do corpo proposta pela Igreja, compreendemos que a união sexual não é somente um processo biológico, mas um processo profundamente teológico - “um grande mistério que diz respeito a Cristo e à Igreja” (Ef 5,31-32).

O bem equilibrado ensinamento da Igreja a respeito da paternidade responsável é um presente divino, dado para proteger o supremo valor deste sinal. Desequilíbrios nos dois extremos devem ser evitados, se quisermos nos manter fiéis ao sinal do amor matrimonial e deixar sempre clara a proclamação do mistério divino no mundo.

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[1] Familiaris Consortio, n. 32
[2] Teologia do Corpo, 16 de janeiro de 1980
[3] Carta às Famílias, n. 12
[4] Teologia do Corpo, 27 de agosto de 1980
[5] Cf. Teologia do Corpo, 26 de janeiro de 1983
[6] Familiaris Consortio, n. 11
[7] Teologia do Corpo, 22 de agosto de 1984
[8] Humanae Vitae, n. 10
[9] Familiaris Consortio, n. 32
[10] Love & Responsability, p. 243
[11] Person & Community: Selected Essays, p. 293
[12] Humanae Vitae, n. 10
[13] Gaudium et Spes, n. 50
[14] Humanae Vitae, n. 16
[15] Gaudium et Spes, n. 50
[16] Teologia do Corpo, 01 de agosto de 1984
[17] Catecismo da Igreja Católica, §2368 (ênfase acrescentada)

Tradução e revisão: Fabrício L. Ribeiro



domingo, 23 de maio de 2010

AUTORIDADE CATÓLICA DIZ: " NADA MUDOU NA POSIÇÃO DA IGREJA QUANTO A MAÇONARIA!"

Autor: Bispo Gianfranco Girotti O.F.M. Conv., regente do Tribunal da Penitência Apostólica

Não há novidades por parte da Igreja sobre pertença à maçonaria


Declara o regente da Penitenciaria Apostólica

Pode um católico entrar na maçonaria? A esta pergunta respondeu negativamente o congresso celebrado nesta quinta-feira na Faculdade Pontifícia Teológica São Boaventura.

O encontro, celebrado em colaboração com o Grupo de Pesquisa e Informação Sócio-religiosa da Itália (GRIS), foi presidido pelo bispo Gianfranco Girotti O.F.M. Conv., regente do Tribunal da Penitência Apostólica, que declarou que o juízo da Igreja sobre esta matéria não mudou.



A Igreja, recordou, sempre criticou as concepções e a filosofia da maçonaria, considerando-as incompatíveis com a fé católica.



O último documento oficial de referência é a «Declaração sobre a Maçonaria», assinado pelo então prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, Joseph Ratzinger, em 26 de novembro de 1983.



O texto afirma que os princípios da maçonaria «sempre foram considerados inconciliáveis com a doutrina da Igreja; em conseqüência, a afiliação à mesma continua proibida pela Igreja».



«Os fiéis que pertençam a associações maçônicas se encontram em estado de pecado grave e não podem acudir à santa comunhão», acrescenta a declaração assinada pelo atual Papa.



O sacerdote Zbigniew Suchecki O.F.M. Conv., especialista na matéria, recordou o número 1374 do Código de Direito Canônico, que diz que quem se inscreve em uma associação que maquina contra a Igreja deve ser castigado com uma pena justa; quem promove ou dirige essa associação, deve ser castigado com proibição.



«As tentativas de expressar as verdades divinas da maçonaria se fundamentam no relativismo e não coincidem com os fundamentos da fé cristã», afirmou o especialista na matéria.



No encontro, participaram expoentes das associações maçônicas e grandes professores.



Dom Girotti fez referência às declarações de alguns sacerdotes que publicamente se declaram membros da maçonaria, e pediu a intervenção de «seus diretores superiores», sem excluir que «da Santa Sé possam vir medidas de caráter canônico».

CONVERSÃO: DOIS EX - TESTEMUNHAS DE JEOVÁ CONTAM SUA CONVERSÃO À FÉ CATÓLICA!

Autor: Srs. David e Susana Montemayor.


A ti, que tiveste o privilégio de nascer dentro de uma família católica, vamos dirigir esta carta.

Queremos compartilhar contigo a experiência que temos vivido.

Eu (Susana) e meu esposo (David), nascemos, crescemos e vivemos em famílias sectárias (testemunhas de Jeová), durante 30 anos. Ensinaram-nos a amar profundamente a Deus e a ir de casa em casa, levando toda a ideologia de sua nova religião.

Estávamos acostumados a esta atividade, dedicando-lhe 10 horas por mês, no mínimo. Em época de férias, estas horas aumentavam em até 200 por mês.

Sentíamo-nos satisfeitos ao pensar que por intermédio de nós, muitas pessoas estavam recebendo a mensagem da nova evangelização.

Acreditamos que foi por nosso amor sincero a Deus, que Ele nos buscou, e nos fez ver que estávamos equivocados, que a única religião verdadeira é a que Ele fundou: A Católica. Há quatro anos nos convertemos em uma cerimônia muito emocionante e nos batizamos, confirmamos, recebemos a Primeira Comunhão e casamos.

Surgiram em nossas vidas coisas maravilhosas. Hoje, nosso Deus tão amado tem um rosto novo. Já temos uma Mãe Celestial, a Santíssima Virgem a quem podemos confiar nossos filhos e pedir-lhe que os ampare. Em resumo, um acúmulo de sensações que não podem ser expressas com palavras. Certamente, a decisão foi muito difícil de tomar. Sabíamos que íamos ficar sozinhos, que a nossa família e amigos não dariam força, mas Cristo em sua grande misericórdia, nos deu fortaleza para fazer (Mat. 19, 29).

Eramos felizes, só uma coisa nos faltava, a alegria de ir de casa em casa.
Isto provocou em mim uma crise. Pedi a um sacerdote para explicar minha inquietude: Havíamos deixado família, amigos e uma falsa religião, mas o que estávamos fazendo para Deus Nosso Senhor, agora que nos havia abençoado tanto?

O padre me acalmou e disse que tudo acontece no seu tempo, e assim foi. Em 1994, Ano Internacional da Família, o Santo Padre disse que chegou o tempo da Nova Evangelização, de sair para ser apóstolos de Cristo. Que boas notícias! Assim chegou para nós a Família Missionária.

O início não foi fácil. A falta de costume e o medo de não estarmos suficientemente preparados. Sabíamos entretanto, que se pedíssemos ao Espírito Santo, Ele colocaria as palavras necessárias em nossa boca e nos ajudaria (Mat. 10:19, 20).

Disse o Pe. Maciel: Creio no valor do meu nada, unido a Cristo. E assim é, sei que só por mim não poderia, mas com a ajuda de Cristo poderei.

A chamada é urgente. Cristo nos pede emprestado nossos pés, nossas mãos e boca, para despertar o próximo não praticante, chegar ao sectário que quer sair, mas teme ficar só, a todo aquele que lhe falta uma mão estendida, alguém que lhe diga: Venha, não tenhas medo! Cristo está te esperando! Do mesmo modo, através da Família Missionária, Cristo te diz hoje: Venha, acompanhe-me, vamos levar a todos a Água da Vida!

Este serviço deixará em você uma grande alegria no coração, ao saber que cumpriu a missão que lhe foi confiada e, sobretudo, por que é para a Glória e o Louvor de Deus, Nosso Senhor.

sábado, 22 de maio de 2010

AS INDULGÊNCIAS

Nem todos os católicos conhecem a fundo essa obra-prima dos cuidados maternais da Igreja para cada um de seus filhos.

Severiano Antonio de Oliveira

 
      Jubilosa e encantada, Santa Teresa, a Grande, viu certo dia subir radiante para o Céu a alma de uma religiosa que acabara de falecer. E ficou surpresa com o fato, por tratar-se de uma freira de vida muito simples. Depois, em um de seus colóquios com Nosso Senhor Jesus Cristo, Ele explicou-lhe o motivo desse privilégio: "Ela sempre teve grande confiança nas indulgências concedidas pela Igreja; e sempre se esforçou para ganhar o maior número possível delas".

Sempre se esforçou para ganhar o maior número possível de indulgências... por isto foi para o Céu, logo após a morte, sem passar pelo terrível fogo do Purgatório!

Não é isto o que todos nós também queremos? Pois, então, imitemos o exemplo dessa boa religiosa.

O Purgatório, lugar de expiação

Todos os homens, nesta vida terrena, cometem pecados. "Se dizemos que não temos pecado, enganamo-nos a nós mesmos, e a verdade não está em nós", diz o Apóstolo São João (1Jo 1,8). Portanto, todos têm penas a pagar, neste mundo ou após a morte.

Quando o pecado é mortal, a pena devida é a condenação eterna ao fogo do inferno. A Confissão bem feita não só apaga a grave ofensa feita a Deus, mas também livra o pecador da pena eterna.

Não o livra, porém da pena temporal. Ele deverá fazer uma expiação para purificar sua alma das seqüelas do pecado, reparar pela glória de Deus ofendida, restaurar os danos causados à sociedade e à integridade da ordem universal.

Dá-se a essa expiação o nome de pena temporal, porque ela é limitada por um tempo, ou seja, não é eterna. O pecador a cumprirá, ou voluntariamente nesta terra, por penitências e boas obras, ou pelos sofrimentos purificadores do Purgatório, fixados para cada alma segundo a justíssima e santíssima Sabedoria divina.

A existência de um lugar de purificação após a morte, chamado Purgatório, é um dogma de Fé definido em vários concílios, sobretudo nos de Florença e de Trento. E o Catecismo da Igreja Católica dá ensinamento claro e preciso a este respeito: "Os que morrem na graça e amizade de Deus, mas não estão completamente purificados, embora tenham garantida sua salvação eterna, passam, após sua morte, por uma purificação, a fim de obter a santidade necessária para entrar na alegria do Céu. (...) Desde os primeiros tempos, a Igreja honrou a memória dos defuntos e ofereceu sufrágios em seu favor, em especial o sacrifício eucarístico, a fim de que, purificados, eles possam chegar à visão beatífica de Deus. A Igreja recomenda também as esmolas, as indulgências e as obras de penitência em favor dos defuntos" (nº 1030 e 1032).

Perdão da pena temporal

Aqui entra a importância das indulgências. Elas redimem, isto é, apagam a pena temporal devida pelos pecados mortais já perdoados na Confissão, e pelos pecados veniais. O homem que morre em estado de graça e tenha recebido uma indulgência plenária, vai diretamente para o Céu, sem passar pelo Purgatório.

Elas constituem, pois, um dom de Deus, pelo qual Ele manifesta a plenitude de sua misericórdia. Basta estarmos em estado de graça, para a Igreja, nossa Mãe, confiar-nos esta chave do seu tesouro, chamada indulgência. Com ela, podemos, por assim dizer, "sacar" nos depósitos dos méritos infinitos de Jesus Cristo - aos quais se acrescem os da Santíssima Virgem e os de todos os Santos - para quitarmos não só nossas próprias dívidas para com Deus, como também as das almas do Purgatório.

Há duas categorias de indulgências: a plenária redime a totalidade das penas temporais devidas por uma alma; a parcial redime apenas parte dessas penas.

Qual o tamanho dessa parte? Depende da piedade de cada alma em questão. Eis o que diz o Manual das Indulgências, publicado pela CNBB: "O fiel que, ao menos com o coração contrito, faz uma obra enriquecida de indulgência parcial, com o auxílio da Igreja, alcança o perdão da pena temporal, no mesmo valor ao que ele próprio já ganha com sua ação". Ou seja, em outros termos, quando alguém pratica um ato piedoso ou reza uma oração, Deus lhe concede a remissão de uma certa parte de suas penas temporais. Se esse ato ou essa oração é enriquecido pela Igreja de indulgência parcial, Deus dobra o valor da remissão concedida.

Então, quanto mais fervor houver na oração, maior será a parte da pena redimida.

Cuidados maternais da Igreja

Pondo à disposição dos fiéis o tesouro inexaurível das indulgências, a Santa Igreja tem por objetivo facilitar a todos a entrada no Reino dos Céus, para viverem eternamente felizes, no convívio com a Virgem Maria, os Anjos e Santos.

E ela faz isso com zelo materno e sabedoria divina. Pois, por um lado, nos oferece inúmeros recursos para diminuir o prazo da pena temporal. Por outro lado, ela leva os fiéis a, para obter as indulgências, praticar atos de Fé, Esperança e Caridade, rezar, freqüentar os Sacramentos, socorrer os carentes e necessitados de bens materiais e espirituais.

Todas essas são obras pelas quais o homem avança na via da santificação pessoal e ajunta para si um tesouro no Céu. Assim, as indulgências são uma obra-prima dos cuidados maternais da Igreja para todos os seus filhos.

Que cada um saiba tirar desse carinho de mãe todo o proveito para sua própria salvação e a de seus entes queridos!

E também para nossos irmãos da Igreja Padecente. Qualquer indulgência pode ser aplicada em benefício das almas do Purgatório. E, ninguém pratica a virtude da gratidão como elas.

Se rezamos ou fazemos sacrifícios por essas almas, depois elas intercedem por nós com especial empenho junto a Deus.

Condições para ganhar indulgências

Para alguém ser capaz de lucrar qualquer indulgência - plenária ou parcial - é indispensável ser batizado, não estar excomungado, e encontrar-se em estado de graça.

Precisa também ter intenção, ao menos genérica, de ganhá-la, e deve praticar o ato prescrito para tal.

Mãe extremamente dadivosa, a Santa Igreja põe à disposição dos fiéis um grande número de atos enriquecidos de indulgência, tanto plenária quanto parcial. Abaixo, estão relacionados os mais comuns, aqueles mais fáceis de praticar no dia-a-dia de qualquer pessoa. O leitor que desejar a relação completa pode consultar o Manual das Indulgências, à venda nas livrarias católicas.

Plenária

Pode-se ganhá-la apenas uma vez em cada dia; só em artigo de morte é possível lucrar mais uma no mesmo dia.

Para receber uma indulgência plenária, é preciso, além das condições gerais mencionadas acima, confessar-se, comungar e rezar nas intenções do Sumo Pontífice.

Uma confissão vale para várias indulgências, cada comunhão vale apenas para uma. Convém que a comunhão e a oração sejam no mesmo dia, mas podem ser em dias diferentes, tanto antes quanto depois da execução da obra prescrita.

São as seguintes as "obras prescritas" mais comuns:

1 - Adoração ao Santíssimo Sacramento, de pelo menos meia hora.
2 - Leitura espiritual da Sagrada Escritura, pelo menos por meia hora.
3 - Exercício da Via-Sacra, quando feito piedosamente, percorrendo as 14 estações do caminho do Calvário legitimamente eretas.
4 - Recitação do Rosário de Nossa Senhora na igreja, no oratório, na família, na comunidade religiosa ou numa piedosa associação.
5 - Receber com piedade e devoção a bênção dada pelo Sumo Pontífice a Roma e ao mundo; é válida a bênção recebida por rádio ou televisão.

Além desses, há mais de vinte outros atos enriquecidos com indulgência plenária, quando praticados em determinados dias ou circunstâncias. Por exemplo, dia de Finados, na primeira Missa de um sacerdote, etc.

Parcial

Dentro das condições gerais descritas acima, o fiel lucrará indulgência parcial toda vez que, estando ao menos de coração contrito, rezar a oração ou executar a ação indulgenciada.

Pode-se, portanto, lucrá-la um número indeterminado de vezes ao dia, dependendo apenas do empenho de cada fiel.

Ganha indulgência parcial:

1 - Quem, no cumprimento de seus deveres e na tolerância das aflições da vida, ergue o espírito a Deus com humilde confiança e faz uma piedosa invocação, mesmo que brevíssima e só em pensamento. Por exemplo: "Creio" - "Meu Deus!" - "Confio em Vós". Qualquer um que esteja "no cumprimento do dever e na tolerância das aflições da vida" pode repetir uma invocação dessas mais de mil vezes num só dia!

2 - Quem, levado pelo espírito de fé, e com o coração misericordioso, faz um sacrifício no serviço dos irmãos que sofrem falta do necessário. Assim, dar alimento ou roupa a um pobre, visitar um doente, consolar os que sofrem, ensinar alguém a rezar, reconduzir às atividades paroquiais algum católico não-praticante - todos esses atos são exemplos de boa obra no serviço dos irmãos necessitados.

3 - Quem se abstém de coisa lícita e agradável, em espírito espontâneo de penitência. Podem ser atos simples, como deixar de comer uma fruta, etc.

4 - Há também um grande número de orações e atos enriquecidos com indulgência parcial: todas as ladainhas aprovadas pela autoridade competente, o Creio em Deus, o Magnificat, a Salve Rainha, o Lembrai-Vos, o Salmo 50 (Senhor, tem piedade), o sinal-da-cruz, a comunhão espiritual, etc.

Lucra ainda indulgência parcial o fiel que usa objetos de piedade (rosário, crucifixo, escapulário, medalha) bentos por qualquer sacerdote ou diácono.


(Revista Arautos do Evangelho, Set/2004, n. 33, p. 36-37)

PEDOFILIA - CELIBATO X HOMOSSEXUALISMO: DOCUMENTO DECISIVO RESPONDE!

Autor: John-Henry Westen

Fonte: http://www.overbo.com.br/portal/2010/05/09/o-documento-decisivo-que-mostra-que-a-homossexualidade-esta-na-raiz-da-crise-de-abuso-sexual/


— Um documento de leitura obrigatória produzido por Brian Clowes, diretor de pesquisas de Human Life International (Vida Humana Internacional), resolveu definitivamente a questão se a homossexualidade no sacerdócio é a origem da crise de abuso sexual no clero. Citando numerosos estudos e pesquisas, Clowes prova que a homossexualidade tem ligação forte com o abuso sexual de menores, e que o celibato não é definitivamente uma das causas da pedofilia.


Clowes cita estudos, inclusive:

— O homossexual Alfred Kinsey, o supremo pesquisador sexual dos EUA, revelou em 1948 que 37 por cento de todos os homens homossexuais confessaram ter tido sexo com crianças abaixo de 17 anos.

 
— Um recente estudo publicado na revista Archives of Sexual Behavior (Arquivos de Conduta Sexual) revelou que “A melhor evidência epidemiológica indica que só 2,4% dos homens que têm atração por adultos preferem homens. Em contraste, entre 25 e 40% dos homens que sentem atração por crianças preferem meninos. Portanto, o índice de atração homossexual é de 6 a 20 vezes mais elevado do que entre pedófilos”.

— Um estudo em Archives of Sexual Behavior revelou que “A pedofilia parece ter uma associação muito mais do que casual com outros dois fenômenos estatisticamente infreqüentes. O primeiro desses é a homossexualidade… Pesquisas recentes estimam a preponderância da homossexualidade, entre homens que têm atração por adultos, na faixa dos 2%. Em contraste, a preponderância da homossexualidade entre pedófilos pode ser tão elevada quanto 30-40%”.

— Um estudo na Revista de Pesquisa Sexual observou que “…a proporção de criminosos sexuais contra crianças do sexo masculino entre homens homossexuais é significativamente maior do que a proporção de criminosos sexuais contra crianças do sexo feminino entre homens heterossexuais… o desenvolvimento da pedofilia está mais intimamente ligado à homossexualidade do que à heterossexualidade”.

— Um estudo de 229 homens condenados por estupro de crianças, publicado em Archives of Sexual Behavior, revelou que “oitenta e seis por cento dos criminosos [sexuais] contra pessoas do sexo masculino descreviam-se como homossexuais ou bissexuais”.

Para ver as referências dessas pesquisas, por favor, leia o documento total de Clowes aqui.


O LINK DO DOCUMENTO ESTÁ EM:

quarta-feira, 19 de maio de 2010

AS VESTES E AS CORES LITÚRGICAS

Os paramentos utilizados pelo sacerdote durante a celebração da Santa Missa pretendem ilustrar o que significa "revestir-se de Cristo", falar e agir "in persona Christi".

É natural que cada sociedade ou conjunto humano procure encontrar uma forma de vestir-se que de algum modo o defina e diferencie. Pensemos, por exemplo, nos trajes típicos das diversas regiões europeias, cuja variedade até hoje nos surpreende. Lembremos também os vestuários de certas profissões, como a toga do magistrado, ou o gorro do cozinheiro, um "trambolho" pouco prático que, entretanto, caracteriza perfeitamente quem com ele se cobre.

As roupas têm, pois, uma dimensão simbólica que ultrapassa sua mera utilidade prática. Mais do que cobrir e proteger o corpo, elas revelam a situação, o estilo e a mentalidade de quem as veste.

Assim, o branco do vestido nupcial representa a virgindade da donzela, e a riqueza dos seus adereços visa realçar a importância do compromisso matrimonial, abençoado por Deus com um Sacramento. O saial e o tosco cordão do franciscano lembram seu casamento místico com a "Dama Pobreza", enquanto o vermelho vivo da batina cardinalícia indica aalta dignidade do membro do Sacro Colégio e evoca seu propósito de, se for necessário, derramar seu próprio sangue pelo Sumo Pontífice.

Os paramentos sacerdotais: "Revestir-se de Cristo"

 
Este simbolismo que podemos apreciar na vida cotidiana, verifica- -se com muito maior intensidade nas vestes litúrgicas, especialmente nas da Celebração Eucarística.

Ao ser ordenado, o sacerdote reveste- se de Cristo, e esse fato é representado em cada Santa Missa. Conforme ressaltou Bento XVI na Missa Crismal de 5 de abril de 2007, vestir os paramentos litúrgicos é entrar sempre de novo "naquele ‘já não sou eu' do Batismo que a Ordenação sacerdotal nos dá de modo novo e ao mesmo tempo nos pede. O fato de estarmos no altar, vestidos com os paramentos litúrgicos, deve tornar claramente visível aos presentes e a nós próprios que estamos alí na pessoa do Outro'".
Depois de afirmar que as vestes sacerdotais são uma profunda expressão simbólica do que significa o sacerdócio, o Papa acrescentou: "Portanto, queridos irmãos, gostaria de explicar nesta Quinta-Feira Santa a essência do ministério sacerdotal, interpretando os paramentos litúrgicos que, precisamente, pretendem ilustrar o que significa ‘revestir-se de Cristo', falar e agir in persona Christi".

Através das explicações do Papa, procuremos conhecer melhor cada um dos paramentos utilizados pelo sacerdote durante a Missa.

O olhar do coração deve dirigir-se ao Senhor

O olhar do coração deve dirigir-se ao SenhorApós lavar as mãos, pedindo a Deus para "limpá-las de toda mancha", o sacerdote coloca o amicto ao redor do pescoço e sobre os ombros, rezando: "Imponde, ó Senhor, sobre minha cabeça o elmo da salvação, para defender-me de todos os assaltos do demônio".
O nome deste paramento provém do latim amictus (cobertura, véu) e sua origem remonta ao século VIII. Sobre seu simbolismo, afirma Bento XVI na mencionada homilia: "No passado - e nas ordens monásticas ainda hoje - ele era colocado primeiro sobre a cabeça, como uma espécie de capuz, tornando-se assim um símbolo da disciplina dos sentidos e do pensamento, necessária para uma justa celebração da Santa Missa".

Logo a seguir, o Papa dá exemplos concretos dessa "disciplina dos pensamentos e sentidos" que o sacerdote deve manter durante a celebração do Santo Sacrifício: "Os pensamentos não devem vaguear atrás das preocupações e das expectativas da vida cotidiana; os sentidos não devem ser atraídos pelo que ali, no interior da Igreja, casualmente os olhos e os ouvidos gostariam de captar. O meu coração deve abrir-se docilmente à palavra de Deus e estar recolhido na oração da Igreja, para que o meu pensamento receba a sua orientação das palavras do anúncio e da oração. E o olhar do meu coração deve estar dirigido para o Senhor que está no meio de nós".

A alva: lembrança da veste de luz recebida no Batismo

Durante os primeiros séculos do Cristianismo, o vestuário dos eclesiásticos era idêntico ao dos leigos. Em plena perseguição religiosa, a prudência os aconselhava a evitar qualquer sinal que denunciasse aos agentes do governo seu "delito" de pertencer à Igreja e adorar o único Deus verdadeiro, infração punida com a morte naquela época.

No século VI, entretanto, deu-se no vestuário dos leigos uma transformação completa. Enquanto os romanos, influenciados pelos bárbaros que invadiram o Império, adotaram a veste curta dos germanos, a Igreja manteve o uso latino das longas vestimentas, as quais tornaram-se o traje distintivo dos clérigos e pouco a pouco ficaram reservadas para as ações sagradas.

Daí provém, entre outras, a alva, uma túnica talar branca. Ela é a veste litúrgica própria do sacerdote e do diácono, mas podem trajá-la também os ministros inferiores, quando devidamente autorizados pela autoridade eclesiástica. Ao revestir-se dela, o sacerdote reza: "Purificai-me, ó Senhor, e limpai meu coração para que, purificado pelo sangue do Cordeiro, possa eu gozar da felicidade eterna".

Essa oração alude à passagem do Apocalipse: os 144 mil eleitos "lavaram as suas vestes e as alvejaram no sangue do Cordeiro" (Ap 7, 14). Evoca também o vestido festivo que o pai deu ao filho pródigo, quando este voltou sujo e andrajoso à casa paterna, bem como a veste de luz recebida no Batismo e renovada na Ordenação sacerdotal.

Na mencionada homilia, o Papa explica a necessidade de pedir a Deus essa purificação: "Quando nos aproximamos da Liturgia para agir na pessoa de Cristo, todos nos apercebemos de quanto estamos longe dEle, de quanta sujeira existe em nossa vida".

O cíngulo da pureza e a estola da autoridade espiritual

Revestido da alva, o sacerdote cinge- se com o cíngulo, um cordão branco ou da cor dos paramentos, símbolo da castidade e da luta contra as paixões desregradas. Enquanto o prende à cintura, o ministro de Deus eleva a Ele esta prece: "Cingi-me, Senhor, com o cíngulo da pureza e extingui meus desejos carnais, para que permaneçam em mim a continência e a castidade".

Em seguida, reveste-se da estola, uma faixa do mesmo tecido e da mesma cor da casula, adornada de três cruzes: uma no meio e as outras duas nas extremidades. Ela simboliza a autoridade espiritual do sacerdote e, de outro lado, o jugo do Senhor, que ele deve levar com coragem, e pelo qual há de recuperar a imortalidade. O padre a coloca em torno do pescoço, depois a cruza sobre o peito e passa por baixo do cíngulo, enquanto reza: "Restaurai em mim, Senhor, a estola da imortalidade, que perdi pela desobediência de meus primeiros pais, e, indigno como sou de aproximar-me de vossos sagrados mistérios, possa eu alcançar o gozo eterno".

O jugo do Senhor, simbolizado pela casula
Por último, coloca a casula, que completa a indumentária própria à celebração da Santa Missa. A oração para vesti-la também faz referência ao jugo do Senhor, mas lembrando o quanto este é leve e suave para quem o carrega com dignidade: "Ó Senhor, Vós que dissestes: ‘Meu jugo é suave e Meu peso é leve', fazei que eu seja capaz de levar esta vestimenta dignamente, para alcançar a Vossa graça".

Ensina-nos, a este propósito, o Santo Padre: "Carregar o jugo do Senhor significa, antes de tudo, aprender dEle. Estar sempre dispostos a ir à Sua escola. DEle devemos aprender a mansidão e a humildade, a humildade de Deus que se mostra no Seu ser homem. [...] O Seu jugo é o de amar com Ele. Quanto mais amarmos, e com Ele nos tornarmos pessoas que amam, tanto mais leve se tornará para nós o Seu jugo aparentemente pesado".

As cores litúrgicas

Tudo na Liturgia da Igreja é rico em simbolismos. Isto se nota também nas cores dos paramentos sagrados, as quais variam de acordo com o tempo litúrgico e as comemorações de Nosso Senhor, da Virgem Maria ou dos Santos. Basicamente, são quatro as cores litúrgicas: branco, vermelho, verde e roxo. Além destas, há quatro outras que são opcionais, isto é, podem ser usadas em circunstâncias especiais: dourado, rosa, azul e preto.

O branco simboliza a pureza e é usado nos tempos do Natal e da Páscoa, bem como nas comemorações de Nosso Senhor Jesus Cristo (exceto as da Paixão), da Virgem Maria, dos Anjos e dos Santos não-mártires.

O vermelho, símbolo do fogo da caridade, usa-se nas celebrações da Paixão do Senhor, no domingo de Pentecostes, nas festas dos Apóstolos e Evangelistas, e nas celebrações dos Santos Mártires.

O verde, sinal de esperança, é usado na maior parte do ano, no período denominado Tempo Comum .

Para os tempos do Advento e da Quaresma, a Igreja reservou o roxo, a cor da penitência. E estabeleceu duas exceções, que correspondem a dois interstícios de alegria em épocas de contrição: no 3º domingo do Advento e no 4º domingo da Quaresma, o celebrante pode trajar paramentos rosa.


Em circunstâncias solenes, podese optar pelo dourado em lugar do branco, do vermelho ou do verde. Em alguns países é permitido utilizar o azul, nas celebrações em honra de Nossa Senhora. E nas Missas pelos fiéis defuntos o celebrante pode escolher entre o roxo e o preto.

Revestido assim, de acordo com as sábias determinações da Santa Igreja, o sacerdote sobe ao altar para o Sagrado Banquete, tornando claro a todos, e a si mesmo, que está atuando na pessoa de Outro, ou seja, de Nosso Senhor Jesus Cristo.