segunda-feira, 5 de abril de 2010

Um verdadeiro critério para um verdadeiro católico


      A Igreja de Cristo é peregrina; caminha na história. Isto faz parte da sua essência, pois que ela é continuadora e testemunha da obra salvífica de Deus que, sendo eterno e imutável, entrou no tempo dos homens, primeiro na história de Israel, o Povo eleito da Antiga Aliança e, na plenitude dos tempos, de modo pleno, em Jesus Cristo, Cabeça e princípio da Igreja e Salvador da humanidade.

      A verdade de Deus, transmitida na Tradição apostólica, é imutável, mas vai sendo compreendida cada vez mais, cada vez melhor, cada vez de modo mais abrangente pela Igreja através do tempo. Não há como fugir disso: a temporalidade, a progressão, é inerente ao homem! Como também as limitações da cultura de cada tempo e civilização. E a Igreja, portadora da eternidade que entrou no tempo, vai peregrinando, vai compreendendo sempre mais e melhor nos caminhos da história; assim vai exprimindo sempre a mesma Verdade - que não é simplesmente uma teoria ou uma doutrina, mas uma Pessoa: Jesus Cristo - de modos novos e com palavras novas.

      Mas, ela não precisa temer! Cristo lhe prometeu: “Eu estarei convosco até o fim dos tempos!” Prometeu-lhe também o “Espírito da Verdade”, que haverá sempre de conduzir adiante a sua Igreja, até a Verdade plena, pois testemunhará sempre Jesus e sua salvação: “Ele tomará do que é meu e vo-lo anunciará!” Por isso a Igreja sabe que nunca poderá errar na sua profissão de fé.

      Essa profissão não é um velho baú, cheio de verdades teóricas enferrujadas, mas, ao invés, é a viva Tradição apostólica, sempre interpretada de novo sob a guia do Espírito Santo, suscitando sempre novos desafios ante os desafios de cada época, de modo que, cada geração eclesial pode ter certeza de permanecer na mesma fé, sempre igual e sempre nova.

      E para que a guarda da verdadeira fé e o modo de interpretá-la e transmiti-la fosse autêntico, sem cair nos delírios dos avançados nem no medo e no apego doentio a uma segurança do passado, própria dos atrasados, Cristo dotou a sua Igreja de um Magistério, formado pelo Papa, Sucessor de Pedro, e pelos Bispos em comunhão com ele, sucessores dos Apóstolos. Somente eles têm a autoridade dada pelo Cristo e confirmada pelo Espírito de interpretar retamente a fé da Igreja.

      Num mundo confuso, numa Igreja batida por tantas ondas, quando Satanás, ao não vencer pelo menos do relaxamento e da secularização, tenta enganar pelo mais do exagero e de um tradicionalismo tão bobo quanto prepotente, a humilde comunhão com os pastores reais que o Cristo real colocou à frente do rebanho, é a mais decisiva garantia de que estamos seguros na verdadeira fé. Que Deus nos conserve, caro Visitante, neste caminho! As portas do inferno não prevalecerão! Valerá sempre o velho axioma, tão repetido pela sã Tradição: Ubi Petrus, ibi Ecclesia catholica!” – Onde está Pedro, aí está a Igreja católica! Para não haver dúvida: o nome de Pedro é Bento XVI...

Por: Dom Henrique Soares da Costa

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