segunda-feira, 5 de abril de 2010

Até a VEJA compreendeu o que a Igreja nunca escondeu!

Olhe só, caro Internauta, com toda incompetência quando fala de catolicismo e com todo ranço contra a Igreja, até a revista Veja  compreendeu o sentido do documento do Papa. Só tem alguns errinhos, que apontarei ao fim da matéria. Mas, vale ler:

      No documento divulgado pelo Vaticano na semana passada, o papa Bento XVI reforça um aspecto central da doutrina católica. Intitulado Respostas a Questões Relativas a Alguns Aspectos da Doutrina sobre a Igreja, o texto reafirma a Igreja Católica como a única Igreja de Cristo. Elaborado pela Congregação para a Doutrina da Fé em forma de perguntas e respostas e ratificado pelo papa, o documento tem por objetivo esclarecer interpretações teológicas modernosas, surgidas com o Concílio Vaticano II, na década de 60. "As comunidades cristãs nascidas da Reforma do século XVI não conservam a genuína e íntegra substância do mistério eucarístico e não podem ser chamadas Igrejas em sentido próprio, segundo a doutrina católica", diz o texto. A declaração causou protestos entre os protestantes e os ortodoxos. Acusa-se o papa de dificultar o diálogo ecumênico. Mas bancar as madalenas enganadas não passa de jogo de cena dos cristãos não-católicos. Afinal de contas, em mais de 2.000 anos de história, a Igreja Católica nunca relativizou essa posição.
      O próprio nome da Igreja expressa como ela sempre se enxergou única. A Igreja é Católica (palavra de origem grega que significa "universal"), Apostólica (fundada por Pedro e Paulo, herdeiros diretos da verdade de Cristo) e Romana (não há legitimidade cristã fora do âmbito papal). A unicidade é reforçada, ainda, por dois dos oito títulos exibidos por um papa – o pontífice romano é o Vigário de Jesus Cristo e o Sucessor do Príncipe dos Apóstolos (Pedro). Depois do Concílio Vaticano II, que fez entrar uma lufada de ar fresco na Santa Sé, passou a ser politicamente incorreto bater nessa tecla. Em especial, porque criava embaraços com as outras vertentes do cristianismo, com as quais se procurava estabelecer algum diálogo.

      Por que Bento XVI voltou a afirmar o caráter único da Igreja Católica? Para diminuir o ruído provocado pelos desvarios dos padrecos que, ao questionar a autoridade de Roma em matéria teológica, tentam também retirar a excelência que a Igreja se atribui. Trata-se de uma limpeza de horizontes periódica. Em 2000, por exemplo, ainda como o cardeal Joseph Ratzinger, ele assinou um documento sobre a universalidade de Jesus Cristo e da Igreja, chamado Dominus Iesus. Nele, está dito que os cristãos não pertencentes à Igreja Católica se encontram em situação deficitária na busca por salvação quando comparados aos católicos. Em 2006, Bento XVI renunciou ao título de Patriarca do Ocidente justamente porque, do ponto de vista da universalidade da Igreja, era contraditório reconhecer a existência de uma Igreja do Oriente.

Observações minhas:
1) “Católica” não quer dizer somente universal; quer dizer também “segundo a totalidade”, isto é: a Igreja tem a totalidade daquelas características que Cristo deu à sua Igreja;

2) “Romana” não é uma das características da Igreja; mas somente uma indicação do Primado do Bispo de Roma, como Sucessor de Pedro;

3) Bento XVI renunciou ao título de “Patriarca do Ocidente” porque não fazia mais sentido: na antiguidade, “Ocidente” era a parte latina do Império Romano. O Oriente tinha quatro patriarcas: Constantinopla, Alexandria, Antioquia e Jerusalém; o Ocidente tinha somente o de Roma. Mas hoje, quando se fala “ocidente” pensa-se nos Estados Unidos e seus aliados europeus. E disso o Papa não é nem quer ser patriarca. Para evitar esse mal-entendido, o Papa renunciou ao título;

4) Mas, quanto às “interpretações modernosas”, as “madalenas enganadas” e os “desvarios dos padrecos”, a revista está certíssima!

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